MÁSCARAS ÓBVIAS

07 novembro 2006

O visiotário

Lâmpada, não esquente.
Da parede saiu um braço magro de mulher.

Era pálido e tinha veias azuis.
Os dedos estavam carregados de preciosos anéis.
Quando beijei a mão, assustei-me:
Estava viva e quente.
Arranhou-me o rosto.
Peguei uma faca de cozinha e cortei algumas veias.
Um grande gato lambeu graciosamente o sangue do chão.
Entretanto um homem de cabelos arrepiados subiu
Por um cabo da vassoura encostado à parede.

Jakob van Hoddis
(1918)

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

bem, p'ra mim - 1918 -, surrealista.

1:14 PM  

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