Devaneio nosso de cada dia - Discordando plenamente
Discordo plenamente da última postagem sobre o que é crónica.
Como Sergim falou no comentário, algumas crónicas são mais primorosas que muitos contos, assim não se pode dizer que uma característica essencial da crônica seja um possível ausência de aprimoramento.
Além disso, para se determinar um gênero literário de forma séria é preciso, eu diria somente, mas tudo bem: também e sobretudo levar em consideração suas características imanentes, ou seja, características que sejam próprias de suas estruturas e funcionamento internos - se só se considera a sua publicação (no sentido rigoroso de tornar público) não se abarca o que de fato ela é, enquanto obra.
Ademais, se se aceita que crônica seja rigorosamente um gênero literário, não faz o menor sentido falar em publicação, porque ela pode também nunca ser publicada, sem deixar de ser "crônica" de uma época. E, perdoem meu mal-humor, mas escrever uma frase como essa: LITERATURA ÁGIL E APRESSSADA... Para mim é mais que absurdo, pode-se aceitar que haja uma literatura ágil - de escrita ágil para ser mais preciso, não é?! - mas APRESSADA, é fim de noite, é cú, (e cu com acento é sexo anal) é mulambo...
Por isso, eu saúdo Dioniso e afugento as Bacantes que me oferecem FANTA UVA e sempre digo que é preciso embucetar-se e encaralhar-se no mistério. É isso.
Como Sergim falou no comentário, algumas crónicas são mais primorosas que muitos contos, assim não se pode dizer que uma característica essencial da crônica seja um possível ausência de aprimoramento.
Além disso, para se determinar um gênero literário de forma séria é preciso, eu diria somente, mas tudo bem: também e sobretudo levar em consideração suas características imanentes, ou seja, características que sejam próprias de suas estruturas e funcionamento internos - se só se considera a sua publicação (no sentido rigoroso de tornar público) não se abarca o que de fato ela é, enquanto obra.
Ademais, se se aceita que crônica seja rigorosamente um gênero literário, não faz o menor sentido falar em publicação, porque ela pode também nunca ser publicada, sem deixar de ser "crônica" de uma época. E, perdoem meu mal-humor, mas escrever uma frase como essa: LITERATURA ÁGIL E APRESSSADA... Para mim é mais que absurdo, pode-se aceitar que haja uma literatura ágil - de escrita ágil para ser mais preciso, não é?! - mas APRESSADA, é fim de noite, é cú, (e cu com acento é sexo anal) é mulambo...
Por isso, eu saúdo Dioniso e afugento as Bacantes que me oferecem FANTA UVA e sempre digo que é preciso embucetar-se e encaralhar-se no mistério. É isso.
Assinatura Óbvia
(imagem por MC Escher)
posted by Máscaras Óbvias at 5:04 PM
3 Comments:
Lendo o texto - achei alguns de seus trechos complexos, mas vou relê-lo, no entanto... - digo aqui agora o seguinte -
Crônica é a literatura - pois escrita - que retrata a sua época. Neste sentido, portanto, ela pode ser considerada uma literatura contemporânea, justamente, repito, pelo fato de retratar sua época. E, claro, não precisa ser necessariamente publicada, isto é, pode acontecer de ela retratar sua época, porém, ficar entocada e empoeirada e até mesmo nunca ser lida por ninguém, mas não deixaria mesmo assim de ser crônica.
É isso, por ora.
Sergim, é isso que eu quis dizer com "... sem deixar de ser 'crônica' de uma época...". Aliás, antigamente uma espécie do que hoje chamaríamos de jornalista era chamada de de cronista... e ainda hoje falamos dos cronistas esportivos. Mas quanto ao fato da crônica ser literatura por ser escrita, não é uma coisa fácil. Digo no sentido de que é uma coisa controversa. E eu, particularmente, não concordo, mas é uma opinião somente, como tudo. Um anunciado de um afogamento num livro do Bandeira é 'muito' literatura, mas e na capa da Folha a mesma notícia é literatura? Tudo são conversas, né?
Sobre a imagem, mãos cansadas.
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