MÁSCARAS ÓBVIAS

15 agosto 2006

TRANSFORMAÇÕES...

A vida é um processo. Não sei onde vou chegar, mas cada passo que dou é sempre contando que a paisagem do caminho, junto com meu jeito de andar e as pessoas que vou encontrando é que fazem disso algo que valha a pena. Algo que me construa.
E assim, vou me construindo aos poucos.
É como se eu nascesse de novo a cada dia e com isso vou ganhando novas formas, novos jeitos, novos pensamentos vão entrando em mim, novos sabores, novos olhares, novas possibilidades e novas vontades de fazer coisas, sempre de um jeito diferente.
As vezes erro, muitas vezes me indigno, em muitos momentos tenho raivas, me revolto, fico com medo, me assusto, choro, me escondo e até mesmo morro. Já morri em vida muitas vezes. O processo é isso. Mudanças!
A reta final, a linha de chegada, a conquista do pódio é sempre a conseqüência. Não espero chegar, apenas desejo a trilha da caminhada, os passos um de cada vez, os olhares do caminho, as paixões que a vida me dá, os amores, as ilusões, os temores, tudo isso me dá força e coragem pra seguir firme na caminhada. Fé em mim e nas pessoas que vão aparecendo na minha estrada e que partilham comigo desse jeito estranho de ser é que reforçam o quanto é bonito a paisagem que se forma em minha volta.
Acho que construí muitos castelos durante todo esse processo e também destruí alguns deles. Me deparei com grandes injustiças, já gritei de desespero pelos becos do caminho, já chorei sozinha no meu quarto escuro, já bati na cara e apanhei também!
Cometi muita vezes o mesmo erro, mas nunca acertei duas vezes da mesma forma. Por isso acredito que o diferente é que me constrói e me transforma em algo muito melhor.
A vida, é cheia de percalços e durezas. As dores são muito fortes, e o vento as vezes parece bater sempre na direção contrária de minhas forças, na tentativa de fazer com que meus passos ou parem ou retornem.
Mas tudo isso faz parte do processo.
As vezes não quero me levantar da cama, outras não consigo fechar os olhos. Algumas vezes sonho demais, outras acordo apavorada pelos meus pesadelos.
O que me conforta sempre são os poemas que tenho guardados em minha memória, os sorrisos que o dia fez, os abraços que recebi pelo caminho e a vontade de vida que não se esgota mesmo que tudo que eu queira seja a morte!
É o tempo que vou construindo pelos minutos e segundos e horas que ainda restam na ampulheta de minha vida.
As vontades eu vou matando, a fome e a sede também. A fome de beleza, a sede da leveza da alma, as vontades do corpo e do coração.
As histórias eu vou recolhendo e construindo. Algumas são duras e difíceis outras macias e leves como plumas, algumas ainda eu transformo e as deixo muito mais bonitas, mas outras eu acabo deformando e criando feridas. Não me arrependo, apenas tento fazer diferente da próxima vez, pra que eu não tenha o mesmo dissabor, não viva a mesma dor, não chore pelo mesmo motivo, não me cale pela mesma travessia.
Esse é o processo da vida.
Acho que é assim, com todas elas.Todas as vidas...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Bonito, soa franco, e diz um quinhão do que é la vita!
É o processo, é curto para o nosso vasto sonhar, é misterioso esse caminhar, e ainda estamos aqui, here, baby.

12:10 PM  

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