La dolce vita, cá entre nós, vai -
Me diz umas coisas cá, só entre nós, vai, você se considera um afetado? E carente, você se considera um? E covarde, você se acha covarde? E blábláblá, até que ponto você é um blábláblá? E fraco, você é um fraco? E perdedor - ó, seu perdedor! -, você é um perdedor no jogo da vida? E cínico, e hipócrita, e mentiroso, o quão você é? Cá entre nós, vai, a mentira - ou hipocrisia, se preferir - tem os seus aspectos vantajosos e necessários, não? Além, claro - você sabe, não -, de ter o seu charme e sedução? Eu sei que você sabe, mas vou falar mesmo assim - afinal, eu sei que me é difícil, mas eu vou falar: eu sou carente, confesso, carente dos outros. Mas o que estava a dizer, caro irmão meu semelhante, é que não há convívio sem a mentira - ou hipocrisia, se este termo for de sua predileção. O bom mentiroso - sei, sei, que você sabe, mas já falei que sou carente, saca, saco? - é o dito canalha, e cá entre nós, em miudinhos, vai, a canalhice é atraente, não? Nossa, meu Deus bom do céu, se ela tiver então doses de maldade, ui - ai, valha-me, Deus! - é o auge da canalhice, sua sofisticação - só de pensar, perdoe-me, Senhor, já me dá aqui um enorme e gostoso tesão. Como eu amo essa vida, meu Deus, como eu amo o homem, como eu gosto do homem, como eu adoro Você, Deus - o quê, não acredito, Você vai fazer com que eu me suicide, não, não acredito, i don't believe, God!, eu não mereço tanta bondade, Senhor -, viva o kaos, viva à miséria, viva à competição - afinal, sem ela não haveria o sentido da existência -, viva à vida, la dolce vita!
Ao contrário do que você deve estar pensando, não é Fellini.
Está mais, digamos, para Pasolini.
Mas rima.
Me diz umas coisas cá, só entre nós, vai, você se considera um afetado? E carente, você se considera um? E covarde, você se acha covarde? E blábláblá, até que ponto você é um blábláblá? E fraco, você é um fraco? E perdedor - ó, seu perdedor! -, você é um perdedor no jogo da vida? E cínico, e hipócrita, e mentiroso, o quão você é? Cá entre nós, vai, a mentira - ou hipocrisia, se preferir - tem os seus aspectos vantajosos e necessários, não? Além, claro - você sabe, não -, de ter o seu charme e sedução? Eu sei que você sabe, mas vou falar mesmo assim - afinal, eu sei que me é difícil, mas eu vou falar: eu sou carente, confesso, carente dos outros. Mas o que estava a dizer, caro irmão meu semelhante, é que não há convívio sem a mentira - ou hipocrisia, se este termo for de sua predileção. O bom mentiroso - sei, sei, que você sabe, mas já falei que sou carente, saca, saco? - é o dito canalha, e cá entre nós, em miudinhos, vai, a canalhice é atraente, não? Nossa, meu Deus bom do céu, se ela tiver então doses de maldade, ui - ai, valha-me, Deus! - é o auge da canalhice, sua sofisticação - só de pensar, perdoe-me, Senhor, já me dá aqui um enorme e gostoso tesão. Como eu amo essa vida, meu Deus, como eu amo o homem, como eu gosto do homem, como eu adoro Você, Deus - o quê, não acredito, Você vai fazer com que eu me suicide, não, não acredito, i don't believe, God!, eu não mereço tanta bondade, Senhor -, viva o kaos, viva à miséria, viva à competição - afinal, sem ela não haveria o sentido da existência -, viva à vida, la dolce vita!
Vá, em ódio e ressentimentos, e que o Senhor nos acompanhe.
Amém
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9 Comments:
Profano!,
Herege!
Pecado, pecado!
Seu nélio!
Cláp, cláp!!
que gay.
"gay" é muito gay. Que bicha!
Em verdade vos digo: sempre suspeitei mesmo que esses cristãos atormentados fossem meio viados - digo aqui "meio", pois não assumidos - vide seminaristas e padres e afins. E viva o ressentimento, e viva preconceito!
defensiva, dois pontos: gay pra mim não eh uma palavra pejorativa. nem afetado. qq coisa pode ser pejorativa ou não, depende do tom =)
Concordo com a senhorita elô aqui de cima.
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