MÁSCARAS ÓBVIAS

27 janeiro 2006

Não se faz mais brasileiros como Elis Regina


Diante da minha tv observo o mundo que nos cerca, a cultura de massa fabrica cada vez mais pessoas com estereotipo saídos da mesma forma. Todos ao redor são aparências e discursos, a juventude de hoje é feita com cérebros em enxertos de silicone e botox, pensamentos esticados em lifting, alimentados com aminoácidos, e algumas pílulas de êxtase que prolongam o barato do yellow world.

É como sentir-se um peixe fora d’água, fora do contexto a que sou submetido.
É quase um boletim, Marte Informa...Buemba! Buemba! Buemba! Cabeças pensantes foram cortadas em praça pública, livros que registravam as melhores histórias de grandes pensadores foram queimados, discos foram quebrados. Foi decretado o fim de conversas produtivas e baratos inocentes.O que era uma viagem natural, foi suprimido por compridos e pó branco fabricados em laboratórios, as rádios a partir de hoje tocaram letras redundantes e com poucos refrões. Está decretado o fim de tudo...Onde estão jovens como Caetano, Gil, Zé Celso, Elis, Rita Lee entre outros que fizeram algo por este país. Hoje, depois do domínio do efeito Bulling, muitos deles deixaram-se ridicularizar e dominar-se pelo estrelismo de elite, afinal “Times is Money”, isso Zé Celso e Caetano explicam em sua atual filosofia.Pergunto-me: Como estará o Céu com Elis no pedaço? Será que até lá ela não segurou a língua de desferiu elogios?! "Se ser geniosa, exigente e não gostar de ser passada para trás e ser mau-caráter, então eu sou.". Será que ela já mandou algum daqueles anjos para Puta que Pariu?! De certo já, a Pimentinha nunca distribuiu sorrisos amarelos. É essa franqueza nos faz falta nos dias de hoje.

Amada, odiada, colocada em dúvida...Elis era uma metamorfose de tudo o que havia em sua época, contraditória, polêmica, política, mãe, mulher, artista apaixonada pela profissão...Podiam levantar todo tipo de falso testemunho contra ela, mas uma coisa era unânime em sua personalidade, a sinceridade e franqueza imperavam naquela pequena grande mulher.
É... Não se faz mais brasileiros como Elis, intensa, sincera doa a quem doer, chega de jeitinho brasileiro pra tudo, chega de formar cabeças ocas, chega de refrões bestas e a grande festa no apê chamado Brasil.

Tados, lados, cados. Marionetes por todos os lados, manipulados...A moda me inventa, a grife me agride, grite, grife, gride... Talvez a última viagem para fugir desse mundo não meu, é um pouco de álcool com uma, ou duas carreiras de pó, mas é sem volta... e tudo o que lamento, é que não se faz mas brasileiros como Elis...

“As vezes só porque fico nervosa, eu rebento, ou necessariamente só porque estou viva.”Elis Regina em Rebento de Gilberto Gil.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

É indiscutível que vivemos em uma época de cultura Mcdonaldas e funks podres... mas não se pode também cair na esparrela de sempre preferir o passado ao presente: "a coruja de Minerva só levanta vôo ao entardecer" - não se pode esquecer.

9:04 AM  
Anonymous Anônimo said...

Não seria uma questão de preferir o passado, e sim preferir pessoas que fizeram parte dele e que de alguma forma fariam a diferença hoje, com um pensamento que vai contra ao que somos submetidos. Pessoas que nunca tiveram medo do novo e que foram suficientes para reconhecer seus erros... O AUTOR.

2:16 PM  

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