antes da corrupção
a maré uns nos outros
os corpos choca
ondas
nas rochas
e ventres_nos_ventres
falam a voz tartamuda
dos
enlouquecidos martelos de borracha sobre a bigorna
a excitação aumenta a
fertilidade cai
líber seiva líber, seiva no líber
sobe - maré branca e
diurna
onda rocha, rocha rocha, onda onda
a excitação aumenta a
fertilidade não existe
maré crescente, trovoada
sais minerais, água, e
fotossíntese
maré, maré, maré
CHUVA,
chuva de verão,
gozo nas pernas, pescoço e sobre o chão
mas ainda assim, carente de luz, o coito
segue...
posted by Máscaras Óbvias at 12:50 PM
2 Comments:
Belíssimo, intrigante, visual.
Percebe-se um conhecimento de palavras - belas e/ou intrigantes - por parte do autor.
E palavras estas que, carregadas cada quais delas de seus sentidos e imagens, me oferecem, compostas elas como notas buscando uma musicalidade harmoniosa, uma "estética poética de palavras" - digo "poética de palavras" pois, para mim, a poesia, ou o que se busca entender por tal, não se restringe apenas à letra, à palavra. Vai mais além, está ela, poesia, em cada linguagem.
Gostei.
Também sei quem foi, o estilo me é inconfundível, mas não vou falar, manterei uma "elegância" com tal autor.
É isso.
Sérgio Pontes.
Risos
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