na tela da tv vejo os estrondos de um filme de ação;
zapeio;
n'outro canal vejo os estrondos de uma guerra numa retrospectiva do ano;
lá fora, ouço os estrondos do réveillon.
Um Blog Coletivo
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Minha cueca preferida
Eu não tenho cueca nova. A cueca mais nova que possuo já deve ter, provavelmente, um ano de existência. É uma cueca da marca Best Basic, que, provavelmente também, não deve ser de marca famosa, o que, aliás, nem me interessa, mas o que posso afirmar é que, até agora pelo menos, ela revelou ser uma ótima cueca. Também não sei dizer quais são os materiais que a compõem, talvez algodão - sempre fui desatento p'ra essas coisas, logo, preciso me atentar, preciso? -, mas é um tecido confortável. Hoje, como estou sozinho em casa, vou a andar apenas de cueca por ela. Afinal, é verão e o dia está bem quente. Como há bom tempo já ouvi de meu colega Mutuca, que costumava ficar também apenas de cueca em seu quarto - sua mãe é ( pois ainda viva ) "crente", mas uma "crente" liberal... -, que dizia gostar de usar cueca apertada, compartilho com ele tal opinião. Porém, não apertada demais, pois demais dói as bolas. A minha melhor cueca, a minha cueca mais nova de mais ou menos um ano de existência, é apertada porém tamanho médio, logo, um apertado que não incomoda. Essa cueca é a cueca que eu uso para as algumas ocasiões especiais, aquelas ocasiões onde me exibo de cueca para a outra, onde tento ser bonito e sensual com a ajuda dela. Quando essa minha cueca especial não está disponível, por questões óbvias, imagino, eu, como bom irmão mais novo que sou, com o objetivo de manter a tradição, surrupio uma cueca - limpa - do meu irmão - sim, que tem mais cuecas novas do que a mim -, e assim, vou à ventura. Prefiro as cuecas de cor preta e branca. Mas também aceito de cor cinza, azul escuro, até uma vermelha. Enfim, nada muito colorido.
Torres!... esqueletos contemporâneos. O esqueleto do chifre do prédio, este dente entre outros tantos dentes assimétricos característicos do início da Era do Concreto - afinal, o movimento do processo histórico é lento, não? São Paulo é cheia de dentes, uns bem podres, inclusive, favelas verticais, habitat de cáries de sem-tetos. Se tem mais dentes, é mais crescida, portanto.
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Dentes vampirísticos
Os prédios da cidad(e) são dentes assimétricos a querer morder o céu - talvez tenham dentes, em algumas cidades ( mais antigas, claro ), que possuem dentes quase que simetricamente - vide cidades como as européias, ou o bairro de Copacabana, por exemplo ( a parte antiga ). As altas torres servem como dentes pontiagudos e afiados, captadores, a piscar os seus pontos de luz, dentes noturno-vampirísticos do século 21, início da Era do Concreto.
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Torres com suas luzes a piscar,
Famintas de céu.
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Torres com suas luzes a piscar,
Para se proteger do soco do avião.
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Torres com suas luzes a piscar -
Quem sabe um OVNI apareça.
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