MÁSCARAS ÓBVIAS

29 abril 2006

Admitindo a teoria de seleção natural do inglês Charles Darwin - sim, sim, o bom e velho macaco branco -, pergunto:
Nestes nostos tempos em diante, quem é que são e/ou serão os mais adaptáveis às exigências deste novo meio?
Alguns pontos

  • Estou hoje um velho; um velho triste; sentado, patético caquético, sentindo-se inútil neste mundo.
  • A literatura me consola? Vamos dizer que ela me seja uma tentativa de consolo.
  • Hoje: apenas um momento...
  • Sentimos dor com alguns passares / Porque alguns passares / São muito bons.
  • A poesia é uma transgressão da língua normativa.

28 abril 2006

Ciúme - A uma passante

Ainda que minha filha casasse sem minha autorização, ainda que todos os meus amigos compartilhassem os copos com os mais vulgares, ainda que minha mulher se entregasse ao mais vil e andrajoso dos homens, ainda que eu tivesse crescido ouvindo os gemidos de uma mãe promíscua e infinitamente ruidosa... a tudo isso eu reagiria feito um homem calmo e feliz, eu nunca conheceria um farrapo do que é o ciúme.
Entretanto, olhos desconhecidos se aproximaram de mim e depois o corpo dela, meio sorrateiramente, correu atrás dos olhos, em minha direção. Então, eu amei essa desconhecida, talvez nem Baudelaire me entenda, mas nesse maldito momento eu amei a desconhecida que também me olhou, dizendo que me amava, e ao mesmo tempo, deixou que um marido, um amante, um namorado de dez anos, o diabo chegasse, abraçasse-a por trás e a beijasse...
Eu nunca senti mais ciúme em minha vida...

É evidente que os macacos têm características bem próximas de nós, e vice-versa.





Cá entre nós, amigos, Darwin era um autêntico macaco branco, não?

27 abril 2006

Perguntem ao Selmer o que ele acha dos homens que são gentis com as mulheres.
Encontro-me em constante VERBORRAGIA

26 abril 2006

Poença
A poesia é a poença do poeta.
  • Poença = doença de poeta.
Ética?
Mulheres não gostam de homens éticos.
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buceta

24 abril 2006

22 abril 2006

"Como ficar inerte na presença da floresta de pontos de interrogação que nos rodeia"
( Louis Lumière - um dos dois famosos Irmãos Lumière )


Sou parede trincada

Que ainda não desabou.

Bobos somos todos
Rasgo
Numa distração minha,
minha calça rasgou.
Um acidente de avoado.
Era calça bonita
cor verde escuro.
Costurei o rasgo
com linha amarela.

21 abril 2006

Convite aos membros do Más-caras

À todos os membros do Máscaras venho propor aqui um jogo. A proposta é a seguinte: cada participante poderá colocar uma imagem e/ou letra e/ou palavra e/ou frase e/ou o que seja possível... Porém a idéia é dar seqüência a um desses termos indicados acima. Para poder realizar isso, o membro participante terá que ir em EDITAR e, a partir daí, dar seqüência ao devaneio proposto. Mas ATENÇÃO! Não vale alterar o devaneio já escrito, pois assim estará fugindo da proposta do jogo. A idéia é dar seqüência ao último termo colocado, criando uma composição em conjunto. Seria bom também se houvesse uma diferenciação de cor de um escrito para outro. Bem, espero que tenha ficado claro. Caso não, coloque sua dúvida na seção de comentários. Assim sendo, então, começarei tal jogo virtual, com uma frase de Millôr Fernandes. Ei-la, e eis o início do jogo. Sejam bem-vindos:

A vida é um sonho de padaria. O sonho é gostoso, nos dá prazer, porém demais enjôa. O NOME DO PADEIRO É ADOLFO.
PINTO PINTO PINTO
SEXO
PINTO PINTO PINTO
SEXY
PINTO PINTO PINTO
O SEXO
PINTO PINTO PINTO
O SEXY
Tudo é dito, sêo Dito

Eu sou aquilo que o meu pai e minha mãe não expressaram. Assim eu penso. Em verdade na verdade, não sei se é isto, mas viajo por esse caminho. Logo, sou resultado de omissões. Coisas não ditas mas ao mesmo tempo ditas de alguma forma, entendem? E omissão é justamente isto. Tudo é dito. Aquele que não faz nada, que fica prostrado como gado, por exemplo, nos diz algo com sua inércia. Ou seja, é um inerte, lá com os seus motivos.

20 abril 2006

Museu da Lingua Portuguesa...por. Ricardo Veríssimo
O escritor e seus múltiplos vem vos dizer adeus.
Tentou na palavra o extremo-tudo
E esboçou-se santo, prostituto e corifeu. A infância
Foi velada: obscura na teia da poesia e da loucura.
A juventude apenas uma lauda de lascívia, de frêmito
Tempo-Nada na página.Depois,
transgressor metalescente de percursos
Colou-se à compaixão,
abismos e à sua própria sombra.
Poupem-no o desperdício de explicar o ato de brincar.
A dádiva de antes (a obra) excedeu-se no luxo.
O Caderno Rosa é apenas resíduo de um "Potlatch".
E hoje, repetindo Bataille:
"Sinto-me livre para fracassar".

Hilda Hilst

Sensações da nova estação

"Numa tarde de quinta-feira
caminho sem rumo pelas ruas
com meus pés cansados
sento à beira de uma trilha qualquer
vejo a pressa das pessoas que passam
o sol está morno...
dobro as pernas e as forço contra meu corpo
já não sinto mais as dores que sentia
há algum tempo atrás.
Deixo o vento bater em meu rosto
rodeiam-me fantasmas que serão sempre bem vindos
e vivos que parecem múmias
pessoas quadradas, retangulares...

Não abro mais as cabeças para procurar o que há
dentro delas, espero apenas que me venham
pessoas que possam se abrir de corpo e alma."

19 abril 2006

Feminina







Eu queria ser mulher pra me poder estender
Ao lado dos meus amigos, nas banquettes dos cafés.
Eu queria ser mulher para poder estender
Pó de arroz pelo meu rosto, diante de todos, nos cafés.

Eu queria ser mulher pra não ter que pensar na vida
E conhecer muitos velhos a quem pedisse dinheiro -
Eu queria ser mulher para passar o dia inteiro
A falar de modas e a fazer «potins» - muito entretida.

Eu queria ser mulher para mexer nos meus seios
E aguçá-los ao espelho, antes de me deitar
-Eu queria ser mulher pra que me fossem bem estes enleios,
Que num homem, francamente, não se podem desculpar.

Eu queria ser mulher para ter muitos amantes
E enganá-los a todos - mesmo ao predilecto -
Como eu gostaria de enganar o meu amante loiro, o mais esbelto,
Com um rapaz gordo e feio, de modos extravagantes...

Eu queria ser mulher para excitar quem me olhasse,
Eu queria ser mulher pra me poder recusar...



Mario de Sá-Carneiro

Considero a esperteza má. Mas o mundo é mau.
O ranzinza é um raivoso inofensivo.

EXtInto FelInO...

Quero seus afagos e suas caricias,
Quero seu amor e seu toque.
Ser sua comida, deitar em sua cama e sentir a textura de sua pele.
Desejo seu
despudor,
O calor da sua
saliva.
Quero seus beijos e olhar nos seus olhos.
Beber a água da sua
boca,
Sentir a temperatura da sua língua.
Quero ser seu leito,
por essa noite.
Quero ser seu marte...
Descrupular suas ideologias,
Reinventar
sua ira,
Expurgar
seu rancor.
Quero quebrar seu telhado de vidro em mil pedaços,
Ouvir seus gritos.
Empraguear-me de insultos!
Quero ouvir te desejar minha morte.
Tremular sua voz.
Amaldiçoa-me!
Me entorpea de tapas e pontapés
pelo corpo,
Abra a porta,
E me expulse para sempre...
Até eu
partir...

Ricardo Veríssimo

18 abril 2006


Cara metade?
Não sou pedaço.


Alma gêmea?
Prefiro alma que geme!

Retorica de um politico corrupto na C P I...

...O fato ë que de fato nao ha nenhum fato que possa comprovar qualquer coisa sobre o fato!..

Selmer-traco.
O NEOLOGISMO QUANDO INVENTADO POR UM ANÔNIMO É IGNORANCIA, QUANDO INVENTADO POR UMA PERSONALIDADE É BELO...EXISTE HIPOCRISIA MAIOR?

Ricardo



17 abril 2006

MATEI UMA FORMIGA HOJE...











Parta sempre a partir de aqui.
O passado é passado
E, só p'ra rimar, comece comendo caqui.
Devaneios
Meus ditos são verdadeiros
Mesmo eles sendo
Meros devaneios.

15 abril 2006

Idéias soltas
Pode-se dizer caóticas
Ele começa, então, a desenbuchá-las na bucha...
Debulha...

Vai, vai
Vem - vai

Trava
Yes, o sistema trava

Lhe vem uma idéia de inutilidade das idéias...

14 abril 2006

Sarau - Dionisismo

Sarau na sexta-feira santa? Ou na aleluia?

...Põe o dedo aqui que já vai fechar...

13 abril 2006

Tudo Sobre minha Mãe...

Tudo Sobre Mina mÃE...

12 abril 2006

Caminhar no Incerto

Entre achar e ter certeza sobre todas as coisas,
eu ainda prefiro duvidar de mim.

Selmer-traco.
Tu
......Do.... vI........................StA
....................rA...... bO

Sarau

Sim, façamos um sarau, ensarilhemos nossa armas, mesmo com elas em riste... O que seja, contanto que saralizemos. Mas-carados é ainda melhor. Eu estou dentro
Outro Anônimo

ESTRANGEIRO

KANDISKI

Eu sou estrangeira de mim mesma. Alma cerrada, vagando por esse espaço sem encontrar uma terra que pertença, sem encontrar um pertence nessa terra...
Estrangeira que sou, ando assim pelas estradas noturnas, procurando abrigo, colo, abraços, conversas, observando o mundo. Paralelos.
Eu como estrangeira de uma terra sem fim, vivo procurando algo que me faça sentir a vida como brasa. Quente e forte. Potente, fortaleza!
Me sinto assim sem lugar no mundo, encontrando corpos cheios de vontade e vida. Pessoas especiais que participam de mim, que emanam de mim, que me encantam, e derramam um bálsamo de querer-bem-estar-contigo-agora-e-sempre.
Eu, eu mesma! Estrangeira com porto definido pelo porto seguro de tuas mãos em meus cabelos em noite de lua cheia, em noites de lua vaga. Estrangeira que sou me sinto bem assim, com você dentro de mim!
Estrangeira que sou, me sinto livre pra não ser de lugar algum. Me sinto livre pra ser de algum lugar por algum tempo. O meu passaporte é a lembrança que carrego da vida. Memória de minha pele.
Não pertenço ao mundo, ele é que me pertence. Eu não sou estrangeira do mundo, sou estrangeira de mim mesma. As vezes não me (re)conheço, olho através de mim, e não sou eu que estou por aqui.
As vezes me perco.
Me perco querendo me encontrar, é verdade, mas perdida fico entre vagar por entre nuvens e brisa e vento e chuva, até mesmo tempestade! E me achar no meio desse clima insólito e lento é difícil e árduo e gostoso e breve momento...
Eu, estrangeira vivo a recortar momentos pra colar no fio que se forma minha vida faminta e cheia de desejos, consternação, indignação, paixão e vontade de me perder novamente, pra poder me encontrar comigo mesma. Paradoxo!
Eu estrangeira de mim, me largo, me solto, me perco. Não procuro respostas, apenas quero ser assim mesma, sem fronteiras, sem porto, nem milagres...apenas SER...
Interno, íntimo...EU

Você também sente assim?

11 abril 2006

A poesia se faz
em alguns momentos.

10 abril 2006

Teu Cheiro

Ao amor de ontem e de hoje

Os nossos minutos ficaram velhos, mas meu nariz ainda não sabe andar com seus próprios pés, só sabe sentir os mesmos odores, os odores em Mi Bemol da tua presença. Agora, desencontro-me pelas ruas, esquinas, fujo de mim, do teu perfume, do teu suor, do teu mau hálito de às vezes e do teu cheiro de sexo. Fujo de tudo isso que é teu e que hoje me persegue até aqui, até todos os lugares, feito um trauma de ter perdido a mãe muito cedo, feito um adorável braço de uma Vênus de Milo chinesa que se amou ardentemente na infância. O leve eflúvio tépido dos teus cabelos, o odor pegajoso da tua excessiva saliva - E que saliva!-, o cheiro acre de tua vulva testemunharam - não podes mentir - que a minha boca é um soldado vencido, derrotado, numa guerra infinitamente despótica... e justa.

Não!!! Por favor, eu não peço que me ames, acaso nem que bem me queiras, às favas..., quero apenas o teu cheiro, o teu mau hálito, o teu bom hálito, o cheiro do teu corpo antes, durante e depois do sexo... Eu quero só o teu cheiro!

09 abril 2006

Devaneio nosso de botequim

A prática é que nos revela o teor da teoria...

E cada qual tem a sua - teoria e prática. Sei, nada de nada de novo. A vida é um limiar. Vida x Morte, Razão x Sandice, Realidade x Sonho, Pólo Norte x Pólo Sul, Sábio x Tolo, Doce x Salgado, Adimultiplicação x Subdivisão, e Tudo x Nada, e Homem x Mulher, e Ocidente x Oriente, e Caos e Ordem e patati patatá... Sim, a vida é uma dialética entre vários limiares!

08 abril 2006

Estilo

Para Cris,
fotomusa inspiradora
destas porcas grafias.

Você está puta,
Mulher que assusta.
Funkeira pilantra presidiária,
Mulher de bandido,
Prostituta.
Petulante desobediente.
Você tem alguns pés
Lá no Norte Nordeste do Brasil
Bye bye Brasil.
Índia guerreira,
Instinto força,
Postura de defesa,
Sobrevivência.
Fêmea precavida desconfiada,
Violenta barraqueira,
Qualquer coisa - porrada.
No fundo, você não me engana,
Poço de carinho,
Sensual maezona,
Amazona do século 21.

05 abril 2006

Óculos escuros


O excesso de luzes noturnas já me incomoda,
Fará com que eu proteja meus olhos com óculos escuros.
A minha querência de olhar mais a vida,
Desrespeitando a moral,
Fará com que eu ponha óculos escuros.

Óclos escuros de dia e de noite,
Óclus escuros para maior liberdade,
Óculos escuros à Marcelo Nova,
Óculos escuros para ver melhor
O mundo.

03 abril 2006

Signus

Capricornianos parecem ter traço assassino

Reprimido...

Cancerianos parecem sábios delicados

E pusilânimes...