MÁSCARAS ÓBVIAS

31 agosto 2006

Diversidade, Deversidade, Adversidade...






L'étrangeté la plus pure : un "homme" bleu avec une tête d'oiseau et son bec crochu, surmonté d'un chaudron, dévorant sur son trône un humain avec ses pattes effilées et crochues.
La frayeur est amplifiée par l'oeil noir et la bouche (le bec) grande ouverte...





A diversidade com seus fedores, com suas poluições e dejetos... A diversidade que dá engulhos, angústia, prisão de ventre e diarréia... A diversidade com suas doenças e com sua saúde muitas vezes capenga...A diversidade diversidade e contraditória... E às vezes a loucura...

"Onde cheira a merda, cheira a ser"

Artaud

Dann bin ich also jeden morgen in meine Eckbar an den Tresen gegangen und habe ganz italienisch: un capucco, per favore! gerufen.

Incômodo sentido

Digo com minhas certezas incertas a aquelas incertas certezas -

A DIVERSIDADE DA VIDA É O QUE NOS DÁ SENTIDO;
INCLUSIVE A GRANDE PARTE DELA QUE NOS É INCÔMODA.


28 agosto 2006

Gráfica Imperial

E a Gráfica Imperial que polui o ar!... E ninguém parece se importar, nem mesmo reparar, o que, a meu ver, chega ao absurdo, pois o cheiro é facilmente perceptível. E depois me perguntam por que eu sou pessimista... Mas não sou pessimista, apenas discordo - pois as atitudes humanas evidenciam isso - de muitas muitíssimas coisas que são ditas a respeito do bicho humano - humanada, como alguém já disse. O fato, e a minha interpretação dele - Nietzsche -, é a minha referência do tal.
Mas com eles eu não vou me meter, pois eles, os donos, devem conhecer gente importante - gente VIP! -, afinal, a Gráfica imprime alguns - até onde sei - jornalecos conhecidos de Jacareí e de Samja - para quem não sabe, São José - sim, dos Campos - dos Vales...
Mas se a população não se importa, né, o que é que eu posso fazer... Apenas - inutil-mente? - escrever.

24 agosto 2006

Mais uma do suíço-alemão Paul Klee.

21 agosto 2006

Tontura

Não é dança, é prisão de ventre. O que me faz, de alguma maneira, a dançar - a dançar do ventre à mente!...

Os gases ficaram presos na minha barriga. Não queriam sair por peidos pelo cu, nem por arrotos pela boca, tampouco pelas ventas ou canais das orelhas. Por nenhum furo possível, nem mesmo pela uretra do pinto. Não tendo então por onde sair, os gases resolveram se alojar na cabeça - não na do pinto, como você pensa, mas na cabeça cabeça. E p'ra lá se alojando me provocaram tontura e, logo, escritos tontos - como este.

19 agosto 2006







Certa vez já escrevi aqui neste espaço:
"Nos dias de hoje,
me acho
duplamente retardado!".
A hipocrisia cínica, por exemplo, cabe muito bem dentro das
decências indecentes das nossas gentes.
Congestão
Foi ensinado ao menino que "tomar banho depois de comer dá congestão e a pessoa pode até morrer...". Porém, uma voz o encasquetava: "Se tomar banho depois de comer dá congestão e pode até matar alguém, então se alguém comer e depois sair na chuva também pode morrer?...". Sabia-mente indagou o menino. Começou a desconfiar do conceito que lhe havia sido passado. Dizem aí que o pensamento tem o poder de desestruturar qualquer sistema estabelecido... Às vezes acho que é isso também, mas quem é que quer pensar hoje, né, e de que que vale, não é assim?... Bem, desconfiado do conceito dito, o menino só encontrou uma solução para esclarecer sua dúvida: tomar um banho depois de comer. Pensou na possibilidade de sair na chuva, pois, se morresse - e assim ele pensou mesmo, pois era um menino bem do inteligente -, sua morte seria mais poética!... Mas era uma época escassa de chuva, e o seu anseio em esclarecer tal dúvida era tal, que ele não quis esperar por uma futura. Foi, então, ao banho.
Pode-se dizer que ele, menino, foi prudente, pois não abusou na comida, encheu a pança moderadamente. Estômago cheio, pegou sua toalha e encaminhou-se para o banheiro. Tirou a roupa, ligou o chuveiro. A água começou a cair, cair, cair como limitada chuva!... Haviam lhe ensinado também que se devia "antes de entrar na água molhar a fonte e os pulsos...". Ele não sabia p'ra quê, mas suspeitava que era também alguma precaução contra a senhora morte. Por via das dúvidas suas, molhou a fonte e os pulsos - o rompimento, pensou ele, tinha que ser aos poucos...
A água estava gostosamente morna, fato este que tornaria a morte, se ocorrida, mais agradável. Por fim, se adentrou ele debaixo do chuveiro, essa chuva restrita e artificial inventada por alguns poucos homens e usufruída por muitos muitíssimos - e é sempre assim, não?
A água a cair, estava ele atento a todo movimento. Por ter comido moderadamente, seu estômago estava levemente pesado. Procurou manter o controle com sua razão, para que sua psico-imaginação não incentivasse possibilidades excessivas, ou seja, sandices. A água morna caía gostosamente, lhe ampliando o conhecimento sobre as coisas prazerozas da vida. Num dado momento, porém, um arroto se insinuou. "Seria o início da congestão?...", cogitou ele, precavido. Instantes depois, não mais uma insinuação, mas um arroto mesmo, mesmo sendo um leve arroto. E, dando seqüência as levezas, leves mexidos no estômago. Mas, apesar disso, o menino estava calmo, precavido, sim, mas calmo. Tal como um cientista cobaia investigando um fenômeno em si mesmo...
Logo depois desse leve efeito inicial, ele não sentiu mais nada. E deu, então, continuidade ao ritual do seu banho: passou xampu, se ensaboou e se enxaguou. Só não bateu punheta - sim, o menino já batia sua punhetinha -, pois considerou ser muito abuso para uma primeira experiência.
Banho terminado, se secou. Porém, terminou seu banho não muito satisfeito, pois não ficou convencido de que o que lhe havia sido ensinado era uma balela mesmo, ou se ele havia tido apenas sorte. Ou seja, o menino era um cético. Faria outras tentativas.

16 agosto 2006

Incompletudes

Não compreendo bem o porquê desse seu incômodo facetado. Pois você bem sabe que é uma linda delícia! Insatisfação e conflitos todos nós temos, são algos necessários para pro-pulsar o ser. Segundo trecho de música de Cazuza: "O pensamento é a guerra, a guerra civil do ser..."; e a seqüência também é muito boa: "... Entro no teu corpo, quero te conhecer...". O nome da música é "Guerra civil". Do pouco que a conheço, suspeito que o seu esboço de tormento facetado seja algo aí pro-vindo de casa, algum trauma de infância talvez... O quanto você já deve ter curtido por aí... Lembro de você doida de álcool no Bahamas - quantas já deve ter tomado! Essa instabilidade sua incomodava, mas eu era o bicho que queria te comer, e me exibir junto com sua beleza para ter poder - poder de imagem. Comecei, como bom inexperiente que era - hoje ainda porém menos -, a me apaixonar por você. Sim, pode até ser um absurdo, mas sou vulnerável a uma estonteante beleza. E você estonteante beleza loira, esplêndida!, demais para mim, meio atormentada, chapada, linda linda, não sei se sabe como, ou sabe que é mas, no fundo, não se considere tanto por algum motivo qualquer...
E pensar que chupei desastrada-mente seus lindos seios naquele entardecer quente, dentro do banheiro meio sujo, naquele ambiente de rockers, cabeça batendo nos azulejos e no queijo, sua pele adoravelmente macia, grudenta pela quentura do dia, eu quão desatrado tentando existir!, sua cabeça povoada de aventuras literárias e de letras, músicas e personagens de rock, sua voz imponente, e à noite o convite para ir a sua casa, p'ra te comer, e eu meio com medo, medo do namorado que você falou que tinha, e eu imaginando ele enorme, careca, bad boy, meio lutador de jiu-jitsu, e suspeitando que você tivesse Aids, pois era muito linda p'ra mim, e só. E foi tão-somente só.

15 agosto 2006

TRANSFORMAÇÕES...

A vida é um processo. Não sei onde vou chegar, mas cada passo que dou é sempre contando que a paisagem do caminho, junto com meu jeito de andar e as pessoas que vou encontrando é que fazem disso algo que valha a pena. Algo que me construa.
E assim, vou me construindo aos poucos.
É como se eu nascesse de novo a cada dia e com isso vou ganhando novas formas, novos jeitos, novos pensamentos vão entrando em mim, novos sabores, novos olhares, novas possibilidades e novas vontades de fazer coisas, sempre de um jeito diferente.
As vezes erro, muitas vezes me indigno, em muitos momentos tenho raivas, me revolto, fico com medo, me assusto, choro, me escondo e até mesmo morro. Já morri em vida muitas vezes. O processo é isso. Mudanças!
A reta final, a linha de chegada, a conquista do pódio é sempre a conseqüência. Não espero chegar, apenas desejo a trilha da caminhada, os passos um de cada vez, os olhares do caminho, as paixões que a vida me dá, os amores, as ilusões, os temores, tudo isso me dá força e coragem pra seguir firme na caminhada. Fé em mim e nas pessoas que vão aparecendo na minha estrada e que partilham comigo desse jeito estranho de ser é que reforçam o quanto é bonito a paisagem que se forma em minha volta.
Acho que construí muitos castelos durante todo esse processo e também destruí alguns deles. Me deparei com grandes injustiças, já gritei de desespero pelos becos do caminho, já chorei sozinha no meu quarto escuro, já bati na cara e apanhei também!
Cometi muita vezes o mesmo erro, mas nunca acertei duas vezes da mesma forma. Por isso acredito que o diferente é que me constrói e me transforma em algo muito melhor.
A vida, é cheia de percalços e durezas. As dores são muito fortes, e o vento as vezes parece bater sempre na direção contrária de minhas forças, na tentativa de fazer com que meus passos ou parem ou retornem.
Mas tudo isso faz parte do processo.
As vezes não quero me levantar da cama, outras não consigo fechar os olhos. Algumas vezes sonho demais, outras acordo apavorada pelos meus pesadelos.
O que me conforta sempre são os poemas que tenho guardados em minha memória, os sorrisos que o dia fez, os abraços que recebi pelo caminho e a vontade de vida que não se esgota mesmo que tudo que eu queira seja a morte!
É o tempo que vou construindo pelos minutos e segundos e horas que ainda restam na ampulheta de minha vida.
As vontades eu vou matando, a fome e a sede também. A fome de beleza, a sede da leveza da alma, as vontades do corpo e do coração.
As histórias eu vou recolhendo e construindo. Algumas são duras e difíceis outras macias e leves como plumas, algumas ainda eu transformo e as deixo muito mais bonitas, mas outras eu acabo deformando e criando feridas. Não me arrependo, apenas tento fazer diferente da próxima vez, pra que eu não tenha o mesmo dissabor, não viva a mesma dor, não chore pelo mesmo motivo, não me cale pela mesma travessia.
Esse é o processo da vida.
Acho que é assim, com todas elas.Todas as vidas...
Opostos aí da vida

A vida tem incompletudes. Necessárias, para fazer o oposto - ao que se supõe ser completo. Excesso de incompletude, porém, começa já a incomodar. Incompletudes em plenitude! Não. É bem possível que esta última oração - "Incompletudes em..." - sirva apenas como algo fonética, algo rima. Mas válido em devaneios. E também penso que, como somos todos doidos - muitos sem o saber -, temos, portanto, a capacidade de tirar sentido de um sem sentido qualquer - a beleza e/ou a poesia talvez se aflore dessa capacidade humana. No entanto, desejo agora uma completude - sem o "in" de incompleto mas, ao mesmo tempo, com o "in", pois TODO ATO COMPLETO NUNCA DEVERAS O É, pois - sei, sei, repito o pois, pois e daí? - a brecha da incompletude sempre - sempre por até agora, pelo menos - existirá no muro da completude. Em verdade na verdade, o incompleto nunca é, no fundo, incompleto, pois - olha o "pois" aí, gente! - se o incompleto fosse totalmente incompleto ele seria, no fim, completo, certo? Um completo de incompletude. É algo parecido com a relação tudo e nada e com todos os outros opostos aí da vida. E com o completo ocorre o mesmo, ou seja, ele nunca é completo por completo. O equilíbrio para acalmar. O desequilíbrio - tanto para o completo quanto para o incompleto - para desacalmar. O risco há nos dois. E nos dois há a busca pelo encontrar.

14 agosto 2006

Meio a la Tostines

A casquinha é o bis-coito do sorvete ou...

13 agosto 2006

...mas movimento é bom...
(Piquitito)
A maldade como contrapeso necessário ->-->>

A maldade talvez seja necessária para
que não decaiamos por
excesso de bondade.

11 agosto 2006

Boneca




por Hans Bellmer



O CHAFARIZ
É A POÉTICA DA ÁGUA!

07 agosto 2006


Flor tropical, de Paul Klee.
EXCEÇÃO
NUM MEIO DE GENTE SÓ BONITA, O DESTAQUE FICA P'RO FEIO.

06 agosto 2006





O CINEMA DE ANTONIONI TEM O SILÊNCIO DO ENTARDECER DE UM DOMINGO...

05 agosto 2006

O homem? Eu só contesto a grande parte do que é dito sobre esse animal que eu prefiro chamar de humano - e sapiens também - pois com o alcance dentro da sociedade obtido pelas "moças mulheres" - muito, inclusive, devido a revolução principalmente comportamental ocorrida nos sixties, esse "conceito patriarcal" já está obsoleto - sei, "obsoleto" tb já está obsoleto...

Segundo o grande Rogério Skylab:
"Homem,
homem, homem
Homem,
homem, homem
Homem maaaaaaaaaauuuuuuuu!!!!!!!!!!
Homem maaaaaaaaaauuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.........................."
E segundo Mr. Millôr:
"O lobo é o homem do lobo"
.

04 agosto 2006

Estética

A aparência é o conteúdo.

02 agosto 2006

O Desejo transfigura, reconfigura ou reconquista... o Corpo?

(René Magritte, A Violação)

"É fácil de considerar, a partir do verme, ironicamente uma animal, um peixe, um macaco, um homem, como um tubo com dois orifícios, anal e bucal". Georges Bataille, O olho pineal.

Poema do Dia Seguinte

Antoninha cuspiu no prato que comeu
Depois fez sopa do cuspe porque não tinha mais nada pra comer.