MÁSCARAS ÓBVIAS

31 dezembro 2006

estrondos

na tela da tv vejo os estrondos de um filme de ação;
zapeio;
n'outro canal vejo os estrondos de uma guerra numa retrospectiva do ano;
lá fora, ouço os estrondos do réveillon.
vai-e-vem
ou
de-bate

mal preparo e acendo um fumo
e o vai-e-vem
do som
do vento
a se de-bater
nas árvores
é tal qual
o vai-e-vem
do som
das ondas
a se de-bater
na areia.

( mais uma vez, ao contrário do que você vai aí a pensar, o dito fumo acima não é cannabis, e sim, ainda, as preparações-ecksperimentações feitas por léo mandi e oferecidas gentilmente a mim - é tabaco, camomila, poejo e alguns outros )
***
Gordas e gordos
As gordas, no geral, não são mulheres muito desejadas. Mas, também no geral, justamente devido a esse traço, se nos revelam elas mais afetuosas e, algumas, com boa personalidade - afinal, personalidade todos têm. Além de serem ótimas cozinheiras.
- Tal fenômeno ocorre também com as feias, as chamadas "tribufus".
Já quanto aos gordos, no tocante ao geral de novo, são sujeitos engraçados, justamente por serem seres gordos.
Assim me parece ser a lógica da vida: perde-se aqui e ali, e se ganha só lá no lá do acolá.

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28 dezembro 2006

Cara humanada,
ontem, dia 28/12/2006, assisti, pelo Sesc de São José dos Campos, o excelente show de Walter Franco e seu filho, Diogo. Ótimas e atualíssimas músicas, em todos os aspectos. No final, recebi o panfleto "O panfletário", de José Moraes, entregue por ele mesmo, intitulado "Fragmentos urbanos/Poemas globalitários". Conheço o trabalho de Moraes há pouco tempo, mas do que já li de sua composição literária, estes últimos foram os que mais me chamaram a atenção. Parabéns ao Sesc São José pelo excelente show promovido, e parabéns a Moraes pelo ótimo panfleto Panfletário panfletado. Fim de ano - de acordo com o calendário, só p'ra lembrar - encerrado não na Globo - ha; ha; ha. - com duas ótimas iniciativas e trabalhos aqui nessa cidade, ambos recebidos num mesmo lugar. Que no próximo ano, aumente.
Abrassu ->

23 dezembro 2006

Testando...

Teste, teste, teste, sem som, sem som...

Eu testo, / tu testas, / ele testa; /
Nós testamos, / vós testais, / eles testam.
Eu me testo, e eu testo tu;
E vice-versa.
Nós nos testamos.
Certas vezes o teste dá certo,
Certas outras vezes não.
Somos um teste.


Minha cueca preferida

Eu não tenho cueca nova. A cueca mais nova que possuo já deve ter, provavelmente, um ano de existência. É uma cueca da marca Best Basic, que, provavelmente também, não deve ser de marca famosa, o que, aliás, nem me interessa, mas o que posso afirmar é que, até agora pelo menos, ela revelou ser uma ótima cueca. Também não sei dizer quais são os materiais que a compõem, talvez algodão - sempre fui desatento p'ra essas coisas, logo, preciso me atentar, preciso? -, mas é um tecido confortável. Hoje, como estou sozinho em casa, vou a andar apenas de cueca por ela. Afinal, é verão e o dia está bem quente. Como há bom tempo já ouvi de meu colega Mutuca, que costumava ficar também apenas de cueca em seu quarto - sua mãe é ( pois ainda viva ) "crente", mas uma "crente" liberal... -, que dizia gostar de usar cueca apertada, compartilho com ele tal opinião. Porém, não apertada demais, pois demais dói as bolas. A minha melhor cueca, a minha cueca mais nova de mais ou menos um ano de existência, é apertada porém tamanho médio, logo, um apertado que não incomoda. Essa cueca é a cueca que eu uso para as algumas ocasiões especiais, aquelas ocasiões onde me exibo de cueca para a outra, onde tento ser bonito e sensual com a ajuda dela. Quando essa minha cueca especial não está disponível, por questões óbvias, imagino, eu, como bom irmão mais novo que sou, com o objetivo de manter a tradição, surrupio uma cueca - limpa - do meu irmão - sim, que tem mais cuecas novas do que a mim -, e assim, vou à ventura. Prefiro as cuecas de cor preta e branca. Mas também aceito de cor cinza, azul escuro, até uma vermelha. Enfim, nada muito colorido.

21 dezembro 2006

Carência

Me diz cá uma coisa,
qual é a sua carência de existir, carente? A carência de existir do excelentíssimo senhor Paulo Maluf, por exemplo, deve ser se meter em maracutaias bem feitas, difíceis de identificar, de modo que os outros não as percebam, para assim jogar com eles e vingar sua superioridade sobre os demais, fazendo-se de idiota perante idiotas... Não sei se é possível acabar com a carência que se tem, mas creio eu que seja possível trabalhá-la para que ela não seja prejudicial. Claro, que com algumas recaídas de vez em quando, né, senão também não tem graça. Além disso, a carência talvez seja uma de nossas características humanas fundamentais para o sentido da vida, pois, movimenta-se a todo momento justamente para saciá-la, não?

***

19 dezembro 2006

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Federico

Passo segundos olhando para folha branca antes de começar a escrever.

Talvez porque as coisas mais lindas que inspiram me o espírito quando vejo você ainda não têm nome.

Se têm não tocam, não passam nem perto do que são.

Como consegue ser tão profundo e suave ao mesmo tempo?

Que desalento fantástico!

Tudo isso num único olhar.

Num gesto mostrando a palma da mão...

A chuva a dançar no seu rosto na pressa de tocar seu corpo todo, lindo.

Você parece um beijo na pálpebra dos olhos...

Água salgada doce.

Como uma tristeza breve.

Ternura que faz bem à alma.

Que a natureza toda lhe proteja.

E na imensidão e no tempo dela.

As respostas para os enigmas se abram.

Como um dia de verão perfeito.

Como é bom!

Federico.

18 dezembro 2006

"A mulher é o ser que projeta
a maior sombra ou a maior luz em nossos sonhos."
( Baudelaire )

16 dezembro 2006

La dolce vita, cá entre nós, vai -

Ao contrário do que você deve estar pensando, não é Fellini.
Está mais, digamos, para Pasolini.
Mas rima.

Me diz umas coisas cá, só entre nós, vai, você se considera um afetado? E carente, você se considera um? E covarde, você se acha covarde? E blábláblá, até que ponto você é um blábláblá? E fraco, você é um fraco? E perdedor - ó, seu perdedor! -, você é um perdedor no jogo da vida? E cínico, e hipócrita, e mentiroso, o quão você é? Cá entre nós, vai, a mentira - ou hipocrisia, se preferir - tem os seus aspectos vantajosos e necessários, não? Além, claro - você sabe, não -, de ter o seu charme e sedução? Eu sei que você sabe, mas vou falar mesmo assim - afinal, eu sei que me é difícil, mas eu vou falar: eu sou carente, confesso, carente dos outros. Mas o que estava a dizer, caro irmão meu semelhante, é que não há convívio sem a mentira - ou hipocrisia, se este termo for de sua predileção. O bom mentiroso - sei, sei, que você sabe, mas já falei que sou carente, saca, saco? - é o dito canalha, e cá entre nós, em miudinhos, vai, a canalhice é atraente, não? Nossa, meu Deus bom do céu, se ela tiver então doses de maldade, ui - ai, valha-me, Deus! - é o auge da canalhice, sua sofisticação - só de pensar, perdoe-me, Senhor, já me dá aqui um enorme e gostoso tesão. Como eu amo essa vida, meu Deus, como eu amo o homem, como eu gosto do homem, como eu adoro Você, Deus - o quê, não acredito, Você vai fazer com que eu me suicide, não, não acredito, i don't believe, God!, eu não mereço tanta bondade, Senhor -, viva o kaos, viva à miséria, viva à competição - afinal, sem ela não haveria o sentido da existência -, viva à vida, la dolce vita!
Vá, em ódio e ressentimentos, e que o Senhor nos acompanhe.
Amém
.

14 dezembro 2006

Pedaços

Como somos pedaços, só nos cabe gostar de pedaços.

13 dezembro 2006

Sobre torres e prédios
Chifres e dentes

Torres!... esqueletos contemporâneos. O esqueleto do chifre do prédio, este dente entre outros tantos dentes assimétricos característicos do início da Era do Concreto - afinal, o movimento do processo histórico é lento, não? São Paulo é cheia de dentes, uns bem podres, inclusive, favelas verticais, habitat de cáries de sem-tetos. Se tem mais dentes, é mais crescida, portanto.

*

Dentes vampirísticos

Os prédios da cidad(e) são dentes assimétricos a querer morder o céu - talvez tenham dentes, em algumas cidades ( mais antigas, claro ), que possuem dentes quase que simetricamente - vide cidades como as européias, ou o bairro de Copacabana, por exemplo ( a parte antiga ). As altas torres servem como dentes pontiagudos e afiados, captadores, a piscar os seus pontos de luz, dentes noturno-vampirísticos do século 21, início da Era do Concreto.

**

Torres com suas luzes a piscar,

Famintas de céu.

.

Torres com suas luzes a piscar,

Para se proteger do soco do avião.

.

.

Torres com suas luzes a piscar -

Quem sabe um OVNI apareça.

***

07 dezembro 2006

Queridos amigos,
tem dias, momen...tos!..., em que estou medíocre, em que assim me sinto, um esboço de ser. Talvez eu seja, e talvez sejamos todos nós, na boa parte da eczistência bem assim, não? Estou a mim para vocês dando uma justificativa do meu mau desempenho - no caso de então, intelecto-ual. A minha carência é fazer com que vocês compreendam este meu traço, que saibam que eu tenho uma consciência dele, e não me julguem erradamente.
A mediocridade alheia não significa necessariamente um ser burro - é apenas uma faceta do eu.
Temos que compreender a faceta falha humana, questão de sabedoria.
A vida precisa constantemente ser re-inventada para dar sentido à nossa falta de sentido.
O meu amor tem uma tristeza trágica, pessimista, uma espécie de conformação, um tipo de aceitação feminina, mas que continua, tal como a mulher. Bem, não sei se é isso, mas é isso.
...e a verdade se evidencia a partir do exibicionismo...

06 dezembro 2006

Sem culpas

"Vivo tentando me achar
cheio de ares e ventos que eu
nem sei pra onde sopram
do meu passado ficaram todas as coisas,
um pouco doloridas demais;
o meu silêncio sei que é a melhor escolha,
além de ser o que menos me preocupa.
Dos meus gritos, minhas preces
meus escândalos,
acho que ainda só falo por mim.
Pelos erros alheios tenho sofrido
penas de meses talvez anos.
E tem a verdade alheia que
insiste em me ensinar,
a mim não cabe crer em
verdade alguma só me cabe
ver o que acontece ao redor
e escrever minha opinião
numa folha qualquer
que sempre se perde dentro de
alguma gaveta."

01 dezembro 2006

EXTRA - sanja eh uma cidade extranha


sam weber
O desclassificado
Tinha eu que formular um título - não havia se insinuado ainda um de agrado, por mais que aqui e ali eu pensasse num. Porém, tinha que apresentar um título perante a bancada. Primeira-mente pensei em entitulá-lo, o texto, como "A nova virtude", título este inspirado em conversas tidas com meu irmão, afinal, a canalhice parece estar adquirindo uma certa virtude na sociedade - isso, se não sempre teve... No entanto, tal título não me parecia ter uma base sólida. No de-correr dos ensaios ia matutando sobre a possibilidade de um outro título. Nada de agrado, porém. Já no final do prazo, já próximo do teste, me veio, então, um outro: "Artimanhas de um mentiroso", que me agradou mais. Entretanto, ainda assim, continuei cabreiro. Me veio, então, a idéia de mudar "Artimanhas" por "Entrelinhas", já que se tratava de algo cênico e também da exposição das entrelinhas, e não do seu ocultamento no texto - assim mesmo, penso, que entrelinhas sempre existem - that's good. No dia do teste, contudo, me veio um outro título - o melhor dos tentados, a meu ver: "Nas entrelinhas de um mentiroso". Senhoras e senhores, macacos, macacas e macaquices, canalhas e canalhices, honestos e honestíssimos, e, claro, ladies 'n' gentlemen, apresento-lhes "Nas entrelinhas de um mentiroso"!, o texto que apresentei na primeira fase da EAD - para os que não sabem, Escola de Arte Dramática. Ei-lo:

Preciso vender o meu peixe;
E para isso, claro, sei bem, preciso saber enganar;
E para enganar, o que é óbvio, preciso me utilizar desse traço da inteligência humana que é a mentira;
Ou seja:
Ser um mentiroso!
Me darei bem, evidente-mente, se souber ser um bom manipulador,
Isto é, enganar o outro sem que o outro perceba;
Trocando em miudinhos aqui entre nós, fazê-lo de idiota.
Se conseguir, então, adquirir a capacidade de enganar ornado com todo aquele especial cinismo, com aquele quê charmoso de malandragem, tanto melhor para o meu sucesso!
Certa vez, um sábio senhor disse:
"A hipocrisia cínica
cabe muito bem dentro das
'decências indecentes das nossas gentes'!"
Sem tapar o sol com a peneira, todos nós sabemos que a corrupção está na moda, e me assusta a idéia de não conseguir acompanhar o andar da carruagem, destesto ficar desatualizado das coisas, preciso me atualizar, me atualizar, me atualizar constante-mente, e, como já aprendi com Charles Darwin, é preciso se adaptar a essa nova seleção natural destes nostos tempos, questão de sobrevivência, a canalhice como a nova virtude!, e no mais, detesto breguice, e gente brega!
Bem, não fui classificado.