MÁSCARAS ÓBVIAS

30 junho 2006

Ultimamente, estou achando este Blog, espaço virtual que se pretendia como um novo canal de comunicação, de trocas de olhares mundos loucuras, um tanto que vazio, sem sentido, com escritos muito escuros e acinzentados, enfim, quase morto. Assim sendo, então, tentar-me-ei - como li de um conhecido meu recentemente: "A mesóclise ainda não foi abolida da gramática..." - melhorar este ambiente postando algo mais colorido e animado. P'ra ser mais exato com vocês, algo mais vermelho e azulado, coisa de primeiro mundo, e com importantes detalhes em branco cor da paz. Vejam só -


25 junho 2006

Mulheres

Irmãos, paroquianos não-praticantes da paróquia Más caras Óbvias, o que posso lhes dizer é tão-somente o seguinte:
" O capeta me atenta!"
.

22 junho 2006

E se verdade e mentira começarem a se con-fundirem, tornando-se um único sentido?
Tragédia

E o trágico disse:
"O que me consola é saber que existem outros tantos trágicos pior do que a mim...".
Cruel natureza egoísta!, exclamo eu, o autor.
Trechos

(...)
talvez algumas lágrimas
nos tornem um pouco mais
inchados e vazios
é rapá...
não há estilo sem fracasso

talvez alguns sorrisos nos deixem
um pouco mais silvio santos das
nossas torturas
pois a salvação floresce feliz como um escárnio
(...)

( Trecho da letra da canção "a balada do inimigo", do ótimo álbum "canções dentro da noite escura", do meio iconoclasta e meio surrealista Lobão )
P: Qual é o seu time?
R: Estou eu com os ex-cêntricos, com os pensantes fantasistas, com os artistas plásticos, com essas chamas infantis, brincantes, crianças constantes, com Zé Celsos e Dalinianos da existência curta... Esse é o meu time.
P: Mas e Fla-Flu, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Pelé Santos Garrincha Botafogo BRASiiiLLL?
R: Isso é outra tribo da espécie, outras crianças, estúpidos apaixonados...

20 junho 2006

A VIDA É P'RA SER CNTADA

O dedão da mão esquerda

Eu e Fernando, o Crispim. Fernando, então, era um grande amigo. Pensando hoje, talvez eu gostasse mais dele do que ele de mim. Os graus variam, não? Nuances da vida. Mas pode ser também - e por isso é que coloquei ali em cima "talvez" - que eu esteja enganado quanto a essa observação. Mas foda-se, isso também importa não importa... Tínhamos uma boa relação quando nos encontrávamos. Tanto eu como ele éramos bons de bola - daí, provavelmente, um dos motivos do bom vínculo de amizade. Estávamos entre os melhores dos arredores. Mas nem é isto que quero dizer - considere, vocês leitores, que o que foi dito aí acima, como um preâmbulo de referências caoticamente ordenadas - como a vida! - de um past.

O que quero dizer

O que quero deveras dizer - Ih!, mas "deveras" nem é mais usado mais! Vão pensar que é exibicionismo seu... Pensem o que quiser. Nem eu bem sei, só uso. Mas o que quero dizer deveras nem é tão significante significativo assim. Mas é, digo assim, uma percepção minha de um trecho vivenciado.

Dia de sol, rua e calçada de terra. Em frente à casa do Clair, eu e Crispim, o Fernando, cortando cana. Cana é bom. Meu pai dizia que na sua infância e adolescência, ele escovava os seus dentes chupando cana - segundo o próprio, ele só foi escovar os dentes com escova por volta de seus dezesseis anos... Cada dia mais percebo o tanto da minha ignorância, mas acho que essa teoria de papai é uma ignorância... Pois onde já se viu, escovar os dentes com cana? Original, penso porém. Bem, o fato é que, em certo momento, e em cortando a cana, lasquei eu o gume da faca no meu dedão da mão esquerda e arranquei um pequeno pedaço da pele - pedaço este, diga-se, que no momento do corte se tornou um big pedaço. Vagamente visualizando a lembrança, me parece que a região interna estava esbranquiçada quando a olhei - natural no início de qualquer corte violento, não? Sei que larguei a faca, a cana, o Fernando Crispim, e corri p'ra dentro de casa. Não me lembro se chorei. Acho que sim. Sei que fiz todo um drama, todo um exagero para esse ocorrido. E que, no fim, não era para tanto. Lembro-me também que depois, de lavado, e com band aid no local, saí na rua e dizia aos meus colegas o que havia acontecido. Não deram muita importância, como, aliás, vocês leitores não devem estar dando muita importância a esta minha mal lembrada e escrita recordação, sei.

Mas é fato que até hoje, e até quando eu ainda viver, terei que carregar comigo esta leve saliência, a qual agora toco, no meu dedão da mão esquerda, cicatriz de um retalho do passado.

Ferro feérrimo, porém forte, lá vem ele ali, adiante, pelo asfalto, "a barulhar" bruto em meio outros. É o trator! Sim, dizem alguns de vocês, há, no entanto, os feios e fracos também - pois fracos não são apenas os intelectu-ais!... Quer coisa mais feia e fraca que uma mobilete?

19 junho 2006

O dramático

A dramaticidade de cada pessoa depende bem do grau de sua carência.
Sugestão de blog, vejam -

http://nay7.wordpress.com/
Domínio

O prazer não é com a mentira, mas com o domínio que esta proporciona.

18 junho 2006

Punkomicus em

Besteirinhas

Seguro a vontade. É um suspense prazeroso, onde, com o esfíncter, impeço que ele saia. Aumenta a vontade, o suspense, o prazer. Ainda não é o clímax, porém ele está próximo. A contração esfincteriana é gostosa, é inegável. Sento e sinto na privada. Antes, bom dizer para depois não me chamarem de porco, limpo os mijos com papel higiênico suave e perfumoso, abaixo aquela tampa da qual não sei o nome mas que sei que ela serve é para aqueles que precisam se sentar e se sentir, e sento e sinto, portanto. Começo, então. Pode-se dizer que é um momento mágico, glorioso, um tipo gozozo. Estou sozinho, ouço apenas leves ruídos da vida, nenhuma voz, nenhuma azucrinação nesta minha concentração. Cago. A sorte minha é que desta vez não voou gota d'água alguma para cima em direção reta ao reto. Tem seu motivo. Reflito, relaxo, descanso. Depois de um tempo, em estado aliviante, e depois de ter limpado "a bunda" novamente com o papel higiênico suave e perfumoso, levanto-me. Ajeito minhas vestimentas de baixo. E olho, olho o coiso, antes de dar a descarga...
Como é que pode um troço desse tamanho ter saído do meu cu? - ah!, desculpa, é reto, correto? Se essa merda fosse um pinto, um pinto de merda, seria um pinto rendido, pois é enorme!
Dou descarga. Não vai. De novo. Idem. Terceira vez, vou tentar daqui a pouco.

17 junho 2006

O que faz com que vejamos as coisas de maneira ridícula?
Seria nosso moralismo?

16 junho 2006

Trechos

(...)
Um dia descobri um diário:
"Já não amo mais meu marido como no primeiro dia. Ele é tão sonhador. Tão desanimado. Não cuida das roupas que veste. Há muito não corta o cabelo."
O homem que nunca existiu começava a acabar. (...)

( Trecho do livro " O acrobata pede desculpas e cai", de Fausto Wolff )
Trechos

(...) Mas, agora, sonhando, eu grito. Grito a fraude que sou. Grito a morte que um dia terei coragem de me proporcionar. Grito o revólver de verdade que um dia possuirei. Grito que minto e que as mentiras vão me levando à lucidez só conseguida pela loucura. Grito o medo da velhice e da velha criança covarde que serei. Grito o mundo que esporra e mija sobre mim. Grito pelas vezes em que morreria por meu pai, pelas vezes em que o matei e pelas vezes em que ele me assassinou. (...)

( Trecho do livro "O acrobata pede desculpas e cai", de Fausto Wolf f )
Independência

Independência (chamada "liberdade de expressão" em sua dose mais fraca) é a forma de renúncia que o ansioso por domínio adota finalmente - ele, que longamente procurou o que pudesse dominar, e nada encontrou senão a si mesmo.

(Friedrich Nietzsche)

14 junho 2006

A vida é p'ra ser cntada

My ex teacher

Sempre vejo, da paisagem do meu trabalho, uma moça. Na verdade, esta moça, não é a moça da embalagem do Leite Moça. Sim, não é o leite condensado Moça mas tem lá os seus leites...
Esta moça - moça é um termo antigo... Pouco usado hoje em dia. Bem, sei, excesso de "moça", né? Mas não me importo. O texto é a expressão da insegurança desta minha "comunicação por escrito" para com você(s) (vcs). Se gostarem, bem, lancem aí um amém, ou até, se quiserem, roubem o estilo. Eu sugiro apenas que o amplie... Sei, blablablás. Mas já termino. Termino, digo, com a insegurança, não com o que quero contar. Bem, mais ou menos à maneira de Machado - sim, o Assis -, se você já estiver enfadado, deixe de ler então, porra - sem querer ser violento. Compreendam, são inseguranças... Agora, se já não gostar, comente no comments, zombando, ridicularizando, o "pau do escambau". Sugiro - se quiser, claro, não sou de obrigar ninguém a nada, acreditem - que usem estas modestas reflexões como catarse para você. E no mais, se for ele, o escrito e/ou a idéia, deveras mesmo ruim, dar-lhe-ei - ó!!! - o prazer de se sentir superior a mim. Sim, a história.

A história - continuação

Esta moça, sim, "moça" da qual já tanto falei, é minha ex professora de Inglês do primário - hoje chamado de ensino fundamental. Só mudou o nome, ou a qualidade do ensino também (tb)? Lembro de uma ocasião em que ela, esta moça minha ex professora de inglês do primário hoje ensino fundamental que na verdade só mudou o nome..., saiu da sala de aula. Após sua saída, os alunos, quase todos, eu inclusive, começaram a travar uma guerra brincante de papéis, arremessando-os uns nos outros. Sei, clichê de escola isto, mas quero contar o meu, pois também o vivi, Vivi?... A sala ficou "esteticamente apapelada". Era um prazer fazer isso, realizar uma vontade que nos era proibida. Não me lembro o seu nome. Só sei que, ao voltar, e ver o apapelamento aprontado por nós, molecada, a teacher não agüentou e começou a chorar. O mais que me lembro é que saiu ela novamente da sala. Parece que a diretora veio depois, e a memória já começa a se esvanecer, a hesitar entre sonho e realidade, e por fim se apagar essas parcas imagens do passado... Pensando aqui agora, um despreparo da teacher com relação ao ato de lecionar... Chorar por causa de uma guerrinha de papéis da garotada?... A não ser que naquele dia ela não estivesse mui lá bem consigo mesma devido a outros problemas, e utilizou, então, o momento para catartizar suas dores. Um traço feminino do qual não me comovo, pois me soa ele esperto, e confesso que tenho uma rinha com a esperteza. Sim, talvez por me perceber um mau esperto.

O intrigante é que, vendo ela hoje, my ex teacher - ela tem o hábito de falar consigo mesma pela rua, mexendo a boca, caminhando apressadamente sempre - que a vejo. Mas o intrigante é que ela me lembra Denise Stocklos. Sempre que a vejo associo ela a excelente atriz. Acho-as parecidas. Teriam será elas uma proximidade ancestral? Sim, porque relação ancestral, suponho eu na minha ignorância que a cada dia percebo maior, temos todos, pois, segundo aprendi na Biologia, viemos todos de um ancestral comum. Eu, hoje, tal como o sou neste momento em que lhe(s) escrevo, não estava lá em outrora, até onde eu me saiba, para confirmar - sim, é o ver para crer -, mas tudo indica, a partir de fenótipos (ui!) do dia-a-dia, e de estudos mais aprofundados da ciência, que é mais ou menos por aí.

Aliás, estes meus devaneios, esta minha perda de tempo, este meu ócio sobre minha ex teacher, teve como "fagulha inspiradora" a semelhaça entre ela - teacher - e Denise - a Stocklos. Aliás, sempre estou eu a fazer esse tipo de associação no meu caminhar, e de maneira natural, assim, de forma que vem.

13 junho 2006

Preciso inventar...
Sim, é possível, e bem, que sejam inutilidades...
Mas a inutilidade se mostra
- assim parece ser esta inútil prece -
como minha, e nossa, utilidade...
Ó sentido!

11 junho 2006

Vê se entende:

As minhas verdades se pretendem tão verdadeiras que parecem se confundir com inverdades; e, suspeito eu, também me parecem elas ser ingênuas.
Rsrsrsrsrsrsrsrsrs......................

Me digam cá uma coisa vocês (vcs):
O "rsrsrsrsrsrsrs................", enfim, não seria uma insegurança nosta - nossa... - ?

09 junho 2006

Trechos

"Às vezes chegava em casa tarde da noite e encontrava minha mulherzinha dormindo. Uma criança de menos de 20 anos. Lindas pernas, lindo busto, querendo apenas aprender a arte de viver mais simplesmente; não querendo atacar convenções, mas aceitando verdades absolutas que ainda não haviam começado a esquartejá-la. Eu tirava meu terno suado. Tentava lavar-me, mas faltava água. Em silêncio, para não acordá-la, deitava-me na cama. Ela precisava de amor e de carinho. Mas estaria eu em condições de dar? Também eu era uma criança tentando jogar um jogo perigoso para mim, fora de casa. E era eu quem ela pretendia ter como professor de vida. Como ousar beijá-la, se durante todo o dia eu nada mais fizera senão fracassar no jogo da vida? Como ousar ter desejo? Sentir o sexo, com tanta culpa e tanta falta de talento para o jogo da vida sobre os ombros? Medo de tocá-la. Medo de não poder amá-la e, ainda assim, amando-a com toda a intensidade. Sua fragilidade, porém, era o espelho da minha própria fragilidade. Como explicar-lhe minha falta de condições para o jogo do dinheiro, que é jogo da vida?
Naquele silêncio, feito de calor, suor e noite, eu sentia intensamente a ausência de Deus e sofria com essa ausência, pois toda a responsabilidade do que ocorreria daquele momento e diante era minha. E faltava-me força para suportar o peso de minha ignorância. Chorar, também não podia, pois ela acabaria acordando, e como explicar minhas lágrimas, se elas existiam alheias à minha vontade?
Como dizer-lhe: meu amor, a culpa é desses filhos-da-puta que tiveram a sorte de nascerem filhos-da-puta; que tiveram a sorte de nascerem acreditando que o mundo é assim mesmo. Dinheiro, meu amor, é a palavra de ordem, e para não chorar agora é necessário acreditar nele. É por falta de dinheiro que estou brocha nessa noite.
Também não podia dizer-lhe isso, pois ouviria sua verdade adolescente e justa:
- Mas, meu amor, você não pode brigar com todos. O dinheiro não faz mal algum. Papai trabalha, todos trabalham.
Como explicar-lhe que bem cedo deixei de aceitar porradas? Como explicar-lhe que bem cedo tentei estabelecer um valor ético próprio para a criança que fui anteontem, para a criança que era ontem e para a criança que sou hoje? Como explicar-lhe que não aceitei que me ensinassem o que era bom e ruim antes que eu mesmo pudesse distinguir o bom do mau? Os adultos muito cedo tentaram me enganar. Estúpidos animais fabricados numa clicheria de carne, aprenderam o que é bom sem nunca haverem sentido isso. E tentaram ensinar também a mim que, para meu azar, bem cedo descobri suas manobras.
(...)
Sim, eu também precisava de aprovação, embora não acreditasse nela. Mas o que devia fazer se fui feito de outro barro, mais frágil e sensível, apesar de minha natural indiscrição? Mas, infelizmente, tive o azar de, apesar da pressão emocional dos adultos, crescer me interrogando. Crescer perguntando a mim mesmo. Tive o azar que até hoje me acompanha de saber que o que é bom para a autoridade transcendental, seja ela pai, mãe, professor ou patrão, não é bom para mim. Não me deixaram ser um cachorro; alguma autoridade transcendental que dorme dentro de mim não me deixou ser um cachorro, queria tanto ser um. Um bom cachorro, um cachorro bem vestido, um cachorro fodedor, um cachorro gigolô; um cachorro de automóvel e com algumas viagens a Paris. Um cachorro bom para a autoridade, pois que serve à autoridade. Mas eu mordo, sou um mau cachorro e depois falta-me talento para pedir desculpas.
Deus me faltou quando lhe pedi que me transformasse num cachorro como os outros. Deus condenou-me à humanidade.".

(Trecho do livro "O acrobata pede desculpas e cai", de Fausto Wolff.)
A vida

Só basta se aprofundar p'ra saber:
Quase tudo é vazio.
A vida, é só um pingo.
06/06/2006

Hoje é seis do seis de dois mil e seis.
O dia, o mês e o ano se rimam.

08 junho 2006

VOCÊ

Tenho medo de você
Da sua crueldade, e teu jeito de me olhar
com teu olhar enigmático.
Tenho medo das tuas mãos miúdas,
tuas unhas compridas
e do teu cheiro sexy.
Da tua voz calma
e dos teus cabelos negros
da tua risada escandalosa e às vezes
até angústiante
dos teus dedos finos que esmiaçam
meu coração.
Tenho medo que você passe sem me notar
mais medo tenho quando me toca e eu não posso te agarrar.
Tenho medo que o tempo passe e eu venha a
encontrar outra pessoa que me queira
para eu por no seu lugar.
Tenho medo de viver sozinha, e de você viver em par...
e depois tem um jeito todo, não sei...
o que você faz com as mãos, com o corpo, com o cabelo...
...acho que é isso.
E depois acho tudo isso uma loucura
e continuo vivendo, como se fosse tudo normal.

04 junho 2006

Mulheres bucetas
Satanases à solta
Em toda parte
A me tentar.
Delas,
Muitas querendo me comer
Me absorver
Me sugar para o seu campo
O cinema de Fellini

É de noite madrugada, e venta um vento frio nas ventas. E ele vai silencioso pelo silêncio dela, noite. Solidão noturna. A um longe, escuta-se uns sons. Se aproximando, percebe: é uma banda de covers de rocks. É uma festa qualquer entre tantas várias variadas... Do silêncio vai para o barulho. Da solidão solitária, vai para a solidão coletiva. Isto, não sei se vocês sabem, é um belo trecho de Fellini.
Cris, você é uma gostÓsa.
E gosto de gostÓsa.

02 junho 2006

01 junho 2006

Somos apenas uns perdidos que buscamos não nos perder.
Penso:

Estas minhas leves depressões me serão cânceres futuros.